ATA DA QÜINQUAGÉSIMA SEXTA
SESSÃO SOLENE DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA
LEGISLATURA, EM 06-12-2001.
Aos seis dias do mês de
dezembro do ano dois mil e um, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio
Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezenove horas e vinte e
dois minutos, constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou
abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada à entrega do Título
Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Dorocy João Pereira, nos termos do
Projeto de Resolução nº 081/01 (Processo nº 3606/01), de autoria do Vereador
Elói Guimarães. Compuseram a MESA: o Vereador Fernando Záchia, Presidente da
Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Herbert Bencke, Presidente do Lindóia
Tênis Clube; o Senhor Dorocy João Pereira, Homenageado; o Vereador Elói
Guimarães, na ocasião, Secretário "ad hoc". A seguir, o Senhor
Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem a execução do Hino Nacional e,
após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O
Vereador Elói Guimarães, em nome das Bancadas do PTB, PT, PMDB, PC do B, PL,
PHS, PPS e PSL, discorreu sobre a trajetória pessoal e profissional do Senhor
Dorocy João Pereira, destacando a atuação de Sua Senhoria como empresário do
ramo imobiliário, integrante do Rotary Club e ex-Presidente do Lindóia Tênis
Clube e justificando os motivos que levaram Sua Excelência a propor a presente
homenagem. A seguir, o Vereador Fernando Záchia convidou o Vereador Reginaldo
Pujol a assumir a direção dos trabalhos e, após, foi dada continuidade às
manifestações dos Senhores Vereadores. O Vereador João Carlos Nedel, em nome da
Bancada do PPB, externou sua satisfação em participar da presente solenidade de
entrega do Título Honorífico de Cidadão Emérito ao Senhor Dorocy João Pereira,
salientando a justeza da homenagem hoje prestada pela Câmara Municipal de Porto
Alegre a Sua Senhoria e destacando o trabalho filantrópico desenvolvido pelo
Homenageado em diversas instituições. O Vereador João Bosco Vaz, em nome da
Bancada do PDT, saudou o Senhor Dorocy João Pereira pelo recebimento do Título
Honorífico de Cidadão Emérito, comentando dados alusivos à atuação empresarial
desempenhada por Sua Senhoria e exaltando o desprendimento e a dedicação presentes
no trabalho realizado pelo Homenageado no período em que presidiu o Lindóia
Tênis Clube. A seguir, o Senhor Presidente convidou o Vereador Elói Guimarães
para proceder à entrega do Diploma alusivo ao Título de Cidadão Emérito ao
Senhor Dorocy João Pereira, concedendo a palavra ao Homenageado, que agradeceu
o Título recebido. Após, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé,
ouvirem a execução do Hino Rio-Grandense, informou que, após o término da
presente Sessão, seria realizado um coquetel de confraternização no “T Cultural
Tereza Franco” do Palácio Aloísio Filho e, nada mais havendo a tratar,
agradeceu a presença de todos, e declarou encerrados os trabalhos às vinte e
uma horas e cinco minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão
Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Fernando Záchia e Reginaldo Pujol e secretariados pelo Vereador
Isaac Elói Guimarães, como Secretário "ad hoc". Do que eu, Elói
Guimarães, Secretário "ad hoc", determinei fosse lavrada a presente
Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pela Senhora 1ª
Secretária e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Estão abertos os trabalhos da presente
Sessão Solene destinada a homenagear o Sr. Dorocy João Pereira. Compõem a Mesa
o Sr. Dorocy João Pereira; o Sr. Herbert Bencke, Presidente do Lindóia Tênis
Clube.
Convidamos
todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Nacional.
(Executa-se
o Hino Nacional.)
Esta
Presidência quer cumprimentar, em especial, o Ver. Elói Guimarães, o autor
desta feliz proposição, que teve a aprovação unânime desta Casa na outorga do
Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Dorocy, permita-me chamá-lo
assim, velho e querido amigo, companheiro do Sport Club Internacional, o que
muito nos honra. Homem com quem eu tive o prazer de conviver, de conhecer mais
profundamente, convivemos bons períodos, períodos até difíceis, juntos, mas nos
períodos difíceis é que nós temos a capacidade de conhecer bem as pessoas, e o
Dorocy é daqueles dos quais se guardam as melhores lembranças, pelo seu
caráter, pela qualidade incomum que o Dorocy tem que é ser amigo de seus
amigos.
Então,
fico muito contente de, na minha gestão de Presidente da Câmara Municipal de
Porto Alegre, esta Sessão estar sendo realizada. Sinto-me feliz duplamente,
Dorocy, sinto muita alegria de poder presidir uma Sessão em que a Cidade de
Porto Alegre concede essa honraria a um homem que tanto fez e que tanto a
merece. Quero, por isso, cumprimentar o Ver. Elói Guimarães pela sua brilhante
e feliz idéia.
O
Ver. Elói Guimarães, como proponente desta Sessão Solene, está com a palavra e
falará em nome do PT, PTB, PMDB, PC do B, PL, PHS, PPS e PSL.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sr.ªs Vereadoras
e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero
cumprimentar os familiares do homenageado, a esposa, filhos, genros, netos e o
mais recente rebento Gabriel, ex-Presidentes do Lindóia Tênis Clube, rotarianos, representantes de Capão da
Canoa ligados ao Rotary e ao próprio Clube de Capão da Canoa, enfim, tantas
pessoas aqui, prezado Dorocy, que vêm aqui para assistir a este ato, que nós
reputamos como uma celebração muito importante, na medida em que a Câmara
Municipal de Porto Alegre é a síntese da vontade da Cidade. Aqui, num
verdadeiro mosaico, estão representadas todas as tendências do pensamento
político da Cidade, de resto do Estado e do País.
Então,
a cidadania que, também, a meu juízo, tem um conteúdo de homologação, não é uma
criação da Casa. A Casa identifica, nas figuras das pessoas integrantes da
nossa Cidade, aqueles que, pela sua ação, pela sua dedicação, pelo seu
trabalho, pela sua vocação e compromissos com a Cidade, são dignos de serem
escolhidos, e submete essa escolha a um processo eletivo, porque a matéria é
votada e, enfim, concede a referida honraria.
Evidentemente,
tantas e tantas outras figuras, ao longo do tempo, serão homenageadas, porque
nós temos uma Cidade, um Município muito rico em valores humanos, em valores
intelectuais, homens de ação. Isso é a Cidade. Não existissem homens aqui como
o que nós homenageamos hoje, o Dorocy, a Cidade poderia não ter a dimensão
política, a dimensão social e intelectual que possui.
Então
é um momento muito importante para esta Casa, quando ela, representando a
Cidade, representando o seu povo, tem a oportunidade de homenagear aqueles que,
nos seus mais deferentes meios de ação, produzem, realizam, concretizam para a
Cidade.
É
muito fácil falar do nosso querido homenageado. Dorocy João Pereira é um homem
conhecido da maioria, homem que tem uma folha de serviços magnífica e exemplar,
em diferentes setores, não só na área econômica, onde com a sua empresa, pelo
seu trabalho, exerce um papel extremamente importante para o engrandecimento da
Cidade, numa área importante, que é a área da imobiliária. Mas ele também não
se detém só na questão econômica; o nosso homenageado é um homem que tem uma
vocação para a comunidade. Desportista, jogou futebol; é um homem de grande
virtudes. Passou pelo Força e Luz, pelo Grêmio, pelo Internacional, enfim. E,
às vezes, eu olho para o Dorocy e vejo nele sempre a mocidade. Por que essa
mocidade, e essa juventude? Exatamente porque é um homem que pratica esporte.
Não só se dedica a sua vida, ao seu labor, ao seu trabalho, ao seu dia-a-dia,
construindo, mas também tem horas e momentos para a prática do esporte e para a
dedicação ao seu semelhante, através das ações múltiplas que realiza no seu
Rotary, e aqui estão seus companheiros de Rotary. Ele, Dorocy, com seus
companheiros, que são verdadeiros criadores de Rotary. A participação do Dorocy
na formação de Rotary em Porto Alegre, fora de Porto Alegre, é muito grande:
Capão, Cachoeirinha e por aí se vai. É um homem que têm esses compromissos, ao
lado dos seus compromissos de produzir.
Em
linhas gerais, em síntese, é o nosso homenageado um homem que eu destacaria,
como eu disse outro dia num encontro lá no Lindóia; o Lindóia, ao qual temos
de, em uma data bem aprazada, fazer uma grande homenagem nesta Casa. O Dorocy,
que foi Presidente do Lindóia, é uma figura permanente naquele Clube. O Lindóia
teve e tem um papel importante na integração social da Zona Norte. O Lindóia
Tênis Clube é uma espécie de baluarte social da Zona Norte, ao lado de tantos
outros clubes daquela zona. O Dorocy, o nosso homenageado, passou por
diferentes áreas na nossa Cidade, também deu contribuições significativas ao
Internacional em diferentes setores já destacados aqui pelo Presidente da Casa.
Esse é o nosso cidadão que, de há muito, reclamava justiça, ou seja, que lhe
prestássemos a homenagem que hoje estamos prestando, por tudo o que ele tem
feito, realizado, pela sua verdadeira integração com os diferentes setores,
principalmente, basicamente, da Zona Norte. Diga-se de passagem, nós, aqui da
Zona Norte, não estamos puxando o “assado para as nossas brasas”, mas, se há um
quadrante, um setor, uma economia, uma sociedade importante deste Município
importante que é Porto Alegre, é a Zona Norte. Ali, na minha opinião, se
concentra o maior produto interno bruto de Porto Alegre, em diferentes áreas,
porque temos também lá o Zequinha, embora este Vereador seja colorado, mas quem
mora na Zona Norte também tem o seu Zequinha. Então é um território, é um
espaço da Cidade extremamente importante pelas suas ações, e não se teria isso
se não fossem os agentes dessa realidade. E os agentes dessa realidade são
todos aqueles que lá convivem e vivem, e tantos aqui eu vejo, e o Dorocy é
espécie de expoente, é um verdadeiro líder na sua atuação lá na Zona Norte de
Porto Alegre. Recentemente, foi homenageado como Amigo do Bairro, um título
altamente importante porque dá bem a medida e a dimensão do carinho que as
pessoas têm pelo Dorocy.
Para
a Câmara dos Vereadores, Dorocy, é uma imensa satisfação poder te homenagear,
dizer do nosso agradecimento, e quando o fazemos é em nome da Cidade, porque
aqui todos nós representamos parcela da Cidade de Porto Alegre. Então aqui fala
a Cidade, nesta tribuna, pelos seus diferentes integrantes, quem está te agradecendo
não é este Vereador, um mero instrumento da vontade da Cidade, é a própria
Porto Alegre que te agradece pelo teu trabalho, pelas tuas lutas, pela tua
dedicação diuturna, tu, que és um homem devotado, lutador persistente, que está
permanentemente prestando relevantes serviços à Cidade de Porto Alegre. Recebe,
pois, esta homenagem, que ela é de absoluta justiça, porque o nosso compromisso
é revelar aqueles que, nas mais diferentes atividades, prestam serviços para a
nossa Cidade. Estamos fazendo um preito de agradecimento. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Fernando Záchia): Convido o Sr. 2º Vice-Presidente da Mesa
Diretora, Ver. Reginaldo Pujol, para que pudesse, momentaneamente, presidir
esta Sessão, porque, paralelamente a esta homenagem, em outra sala desta Casa,
estamos também outorgando a entrega de um Título, e este Presidente vai ter de
dividir a Presidência dos trabalhos, mas volto ainda em tempo de ouvir o
Dorocy.
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Quero dizer do privilégio, da satisfação
e da honra que tenho pelo fato de presidir parte desta Sessão que homenageia
Dorocy João Pereira, por iniciativa do Ver. Elói Guimarães, que foi acolhida
pela unanimidade da Casa, e que lhe concedeu o Título de Cidadão Honorário de
Porto Alegre, fato hoje confirmado, formalmente, nesta Sessão Solene.
O
Ver. João Carlos Nedel está com a palavra e falará em nome da Bancada do PPB.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Cumprimento também aos familiares
do nosso homenageado: a sua esposa Rejane; os seus filhos: Maristela, Rogério,
Márcia e Gabriel; genros: Eduardo e Clóvis; as netas: Mariana, que diz que o
Dorocy é a grande paixão dela, Fernanda e Gabriela; o irmão, Edemar Manoel; o
tio, Pedro.
Sendo
eu interiorano e tendo aqui fixado sólidas e inextirpáveis raízes de vida,
formei com Porto Alegre, uma profunda relação de afeto. E, talvez, por ser
oriundo de uma cidade simples, como é São Luiz Gonzaga, sempre vi Porto Alegre
com olhos especiais, maravilhando-me com suas belezas naturais, as mesmas que
fazem o encanto dos turistas e a alegria de seus residentes.
Do
alto de seus inúmeros morros, onde correm mansos regatos e onde vicejam matas
naturais, podem-se descortinar paisagens amplas e deslumbrantes, comparáveis às
das mais privilegiadas cidades do mundo.
Ternamente
abraçada pelo Guaíba, nosso rio caudaloso e amplo como um mar provinciano,
Porto Alegre é cenário do mais belo pôr-do-sol que a maioria de nós jamais teve
ocasião de admirar.
E
o povo de Porto Alegre! Que gente admirável esses descendentes de portugueses,
que não tiveram qualquer problema em se miscigenar com as mais variadas etnias
que, amalgamadas pelos corpos e espíritos, dão consistência ao caráter de uma
população reconhecidamente afável, generosa, brava, lutadora e perseverante.
Tudo
isso fez com que, para mim, fosse muito fácil amar Porto Alegre. Penso nisso
porque esta Casa homenageia hoje um porto-alegrense, um porto-alegrense nato,
condição essa, por si só, suficiente para enquadrá-lo na categoria das pessoas
especiais.
Mas,
Dorocy João Pereira é especial entre os especiais, fato que a acuidade do
ilustre Ver. Elói Guimarães torna público ao propor que lhe seja concedido o
Título de Cidadão Emérito de Porto Alegre e aprovado pela unanimidade dos Srs.
Vereadores desta Casa e que representam 100% da nossa população.
Dorocy
João Pereira não é apenas um nativo de Porto Alegre, nem simples morador da
Cidade. Dorocy João Pereira é um desses homens que faz da vida de Porto Alegre
a sua própria vida. Desfruta com intensidade do quanto a Cidade lhe oferece,
mas amarga com os seus problemas, não importando a sua magnitude. E, em razão
deles, entrega-se ao trabalho comunitário e social, realizado pessoalmente ou
através da entidades de que participa, como é o caso do Rotary Club, do Lindóia
Tênis Club, da Sociedade Amigos Capão da Canoa e do Balneário Atlântico, e,
especialmente, Dorocy João Pereira dá uma ajuda à Paroquia Cristo Redentor para
recuperação do telhado da Igreja. Eu tenho certeza que o Padre Jacob, o Jaime,
o Paulinho e toda a comunidade muito te agradecem.
Dorocy
João Pereira é feliz, quando Porto Alegre é feliz; e sofre quando a Cidade
sofre. Seu amor a Porto Alegre é um amor de filho e, por isso mesmo, intenso,
aberto e também impulsivo e questionador.
Eu
tenho certeza, por isso, Dorocy João Pereira, de que vives uma inquietação
preocupante, neste momento da vida da Cidade, em que são alarmantes a
insegurança, a falta de emprego e a falta de solução para alguns dos graves
problemas atuais da Cidade, como é o caso dos alagamentos da Zona Norte, à
qual, pessoalmente, tem dedicado boa parte do seu trabalho pessoal e
profissional. Mas tenho igual certeza de que não se deixa abater por isso e que
continuará a se empenhar, como até aqui, colaborando também com esta Casa para
o bem comum, para que o bem comum possa ter vez em Porto Alegre.
Parabéns,
Dorocy João Pereira, novo Cidadão Emérito de Porto Alegre. Este prêmio lhe é
concedido pela nossa população, representada por todos os Vereadores que
integram esta Casa, portanto espelha a gratidão do povo da Capital pelos tantos
serviços a ela prestados.
Receba
este Título juntamente com o nosso desejo de que o senhor possa ainda ter
muitos anos de vida dedicados a Porto Alegre, amando-a, servindo-a como até
aqui tem feito. E que Deus, Nosso Senhor, o abençoe. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra,
em nome do PDT.
O SR. JOÃO BOSCO VAZ: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
componentes da Mesa e demais presentes.) Velho Dorocy, de todas as horas, de
todos os momentos, nosso homenageado, eu digo, sem medo de errar, Dorocy, que a
tua vida se confunde muito com a vida daquela comunidade da Zona Norte, com a
história do Lindóia, com a história do Internacional, com a história do Rotary
e com a história dos teus amigos.
Eu
tenho convivido muito com o Dorocy e com a Rejane nessas nossas andanças
sociais por Porto Alegre. Eu fico me perguntando de onde Dorocy tira tanta
disposição e principalmente tempo para poder atender todos esses seus
compromissos. Primeiro, o compromisso com a sua família: é preciso ter o
consentimento familiar para poder fazer todas as coisas que o Dorocy consegue
fazer. Segundo, Velho, muitas vezes abrir mão da família, ter o consentimento
para abrir mão da família, para poder, por exemplo, te dedicar ao Rotary Clube,
um clube de serviço. Agora, para se dedicar ao Rotary Clube, um clube de
serviço, Dorocy, é preciso abrir mão da vaidade, abrir mão das coisas
materiais, abrir mão da ganância, abrir mão, muitas vezes, da supremacia. Nós
somos seres humanos e muitas vezes nos colocamos acima, nos achamos superiores
ao nosso irmão. E tu tens essa visibilidade. Eu pensava, agora, aqui – eu te
conheço, Dorocy, há vinte e poucos anos –; lembro-me dos jantares só para
homens que tu organizavas no Lindóia para poder construir aquele ginásio que lá
está, o primeiro ginásio. Lembro-me da inauguração daquele ginásio, que nós
levamos um time da crônica esportiva, Dorocy, para jogar naquele ginásio e
inaugurá-lo.
Como
empresário, gerador de riquezas, gerador de impostos, gerador de empregos, mas
gerador da amizade, da solidariedade, da parceria. Eu nunca vi o Dorocy mudar,
a não ser as cores do cabelo!
A
sua maneira de ser, Dorocy, sempre com a voz calma, mansa, tranqüila, sofrendo
com o Internacional, sofrendo com os momentos difíceis que o seu clube do
coração, o Lindóia, passou. Mas o Dorocy, sempre o amigo, o parceiro – e uma
coisa importante, Dorocy, que tu tens: saber dizer não. Eu já ouvi muitos da
tua parte, mas é importante saber dizer não e manter a amizade, saber
conversar, dialogar, acima de tudo saber ouvir. Todos nós temos as nossas
inquietações, os nossos problemas, as nossas depressões. E todos nós precisamos
uns dos outros. Nós, sozinhos, não somos ninguém, absolutamente ninguém! E
assim como nós, muitas vezes, te procuramos, tu também, quantas vezes, já
procuraste os amigos para poder talvez desabafar, trocar uma idéia, ter um
conselho.
Bem,
falaram os Vereadores Elói Guimarães e João Carlos Nedel que esta é uma
homenagem da Cidade de Porto Alegre; é o resgate da cidadania, é o resgate da
comunidade porto-alegrense de tudo aquilo que tens feito, de tudo aquilo que
tens realizado e que, com certeza, vais continuar fazendo e realizando, e,
acima de tudo, mantendo esse perfil de amigo dos teus amigos e de parceiro.
Quero
deixar aqui o abraço do PDT, do meu Partido; quero saudar o Idenir Cechin, que
é uma grande liderança da Zona Norte; o Delegado Pedro Selling, grande amigo e
grande parceiro, e outros tantos amigos teus que aqui estão, que vieram te dar
este abraço. É de coração esta homenagem que os Vereadores de Porto Alegre, que
a Cidade realiza nesta tarde. Um beijo na tua alma; sucesso e saúde! Muito
obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): É com satisfação que tenho parte ativa
no desenvolvimento desta homenagem extremamente justa e adequada, como já
acentuaram muito bem os três oradores que se manifestaram. Eu deveria usar a
palavra em nome do PFL, mas a minha presença aqui na Mesa transforma
desnecessária qualquer outra afirmação que não seja a de corroborar as
manifestações que já ocorreram até o presente momento. Enfatizo a figura do
empresário, do dirigente de clubes sociais, do dirigentes de entidades
empresariais, do batalhador pelo Lindóia. Acentuo, sobremaneira, uma posição um
tanto sofrida do dia presente, que é comum à grande massa esportiva do Estado,
porque hoje nem os colorados nem os gremistas podem tocar flauta um no outro,
mas a gente sabe do amor que o Dorocy tem ao Sport Club Internacional, a quem
já se dedicou muito e vai se dedicar mais ainda.
Certamente,
tudo isso dá uma conotação muito especial a esta nossa Sessão Solene da Câmara
de Vereadores, repleta de pessoas significativas que mereceriam, inclusive,
estar integrando esta Mesa e que só não integram por que, do contrário, nós
teríamos uma super Mesa, maior até mesmo que o Plenário. Mas eu não posso deixar
de registrar, porque é muito lisonjeiro para a Câmara Municipal, que nós
possamos receber, hoje, pessoas como o magistrado Dr. Rubens Xavier, o Dr.
Dante Rossi, o meu particular amigo e teu grande amigo, Luiz Eurico Valandro, o
Léo Meira, o Salim Cabesch e por uma referência muito pessoal, que eu me
solidarizo, o nosso querido amigo Antônio Carquege. Então, a todos, eu
agradeço, em nome da Câmara Municipal, porque a nossa homenagem não teria o
brilho que está tendo se não contasse com a presença dos senhores.
Convido
o Ver. Elói Guimarães a proceder a entrega do Título Honorífico de Cidadão de
Porto Alegre.
(Procede-se
a entrega do Título.) ( (Palmas.)
O
Sr. Dorocy João Pereira está com a palavra.
O SR. DOROCY JOÃO PEREIRA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda
os componentes da Mesa e demais presentes.) Somente para descontrair, porque
estou tenso, eu digo a vocês que, se houver alguma falha, por favor, perdoem
este modesto colaborador de todas as pessoas, que são meus amigos, porque
efetivamente é uma honra muito grande recebermos um Título desta natureza. Dito
isso, isso posto, no termo jurídico, Dr. Dante Rossi, eu inicio a minha
participação, aqui, saudando com imenso carinho o Presidente desta Casa, que já
está em outra área, aqui mesmo, fazendo um outro trabalho, meu companheiro do
Sport Club Internacional, conselheiro como eu, companheiro de diretorias, e que
preside com raro brilho a Casa do Povo, que é a Câmara Municipal de Porto
Alegre. Fiquei honrado com as suas palavra, quando ele me chamou de companheiro
de velhas jornadas. Efetivamente, Luiz Fernando Záchia é um companheiro do mais
alto nível.
Cumprimento,
também, e saúde o companheiro rotaryano, e que preside esta Sessão Solene,
neste momento, Reginaldo Pujol, que, com raro brilho também me fez uma
apresentação, falou de virtudes que eu possuo; falou com um carinho que nos
deixa extremamente feliz. Eu saúdo, com muito respeito e grande admiração os
Vereadores que fizeram aqui as suas apresentações, colocando-me em um pedestal,
a que eu não tenho a mínima condição de chegar. Mas eles, com o dom da
oratória, homens que têm facilidade de expressão e que conhecem como ninguém
esta tribuna, tribuna do povo, que são os meus amigos que aqui estão: João
Carlos Nedel, companheiro cristão, Vereador do mais alto gabarito nesta Cidade,
e que nós temos um orgulho muito grande de sermos cristãos e termos aqui um
representante desse nível. Obrigado, João Carlos Nedel, quando V. Ex.ª citou
aqui que estou ajudando a reconstruir o telhado da Igreja Cristo Redentor, da
qual eu tive o prazer de ver, quase a sua fundação. E que aqui estou olhando
representantes daquela Igreja, Paulo Bernardes, Jairo Juliano, que estão
representando a Igreja, como meus amigos, e fico feliz quando recebo um elogio
da natureza que recebi do João Carlos Nedel. Muito obrigado. Estou orgulhoso de
ser companheiro cristão do nobre Vereador.
Se
vocês observaram bem, há um outro Vereador que ocupou esta Tribuna, que tem
também uma facilidade muito grande de trazer ao conhecimento do seu público os
seus sentimentos. Refiro-me a um Vereador, pelo qual tenho uma admiração muito
grande. Ele disse: “Velho companheiro Dorocy”, e eu, na qualidade de velho,
porque é no sentido carinhoso que ele assim se expressou, quero dizer a ele que
nós dois temos uma história muito grande no campo esportivo, na área esportiva,
que é esse Vereador fantástico e maravilhoso, o João Bosco Vaz. Nesta Cidade,
na área esportiva, mais especificamente nas áreas varzeanas por onde passei,
esse homem tem um papel preponderante. Ele recebe o meu abraço fraterno e
amigo, e sempre serei o seu velho amigo em todas as circunstâncias, porque,
efetivamente, render uma homenagem a um homem dessa natureza nos enche de
alegria, porque somos testemunhas oculares do trabalho que ele realiza no campo
esportivo. Parabéns, Ver. João Bosco Vaz.
Faço
aqui uma menção especial a um Vereador por quem temos o máximo respeito pela
sua atuação nesta Casa. Seis gestões está aqui dentro orgulhando o
porto-alegrense ao saber que este Vereador está aqui atuando com categoria, com
classe, com distinção, com humildade. É o nosso representante da Zona Norte dos
mais categorizados. Pois, este Vereador, pelo qual temos respeito e admiração,
me visita há algum tempo e me diz: “Dorocy, nós queremos prestar-te uma
homenagem, porque a Cidade precisa resgatar o seu compromisso com a tua
pessoa.” Eu disse: “Mas, Vereador, eu já estou recebendo a homenagem do
porto-alegrense diariamente, porque eu vivo no meio da comunidade, sou um
profissional requisitado pela comunidade de Porto Alegre para exercer a minha
função e o faço com muito amor e com muito carinho a todos eles,
conseqüentemente eu estou sempre com eles. Eles não me devem nada, eu é que
devo para Porto Alegre, porque sou filho desta Cidade, eu tenho muito que
agradecer à Cidade de Porto Alegre. Mas o Vereador, aqui, com a sua qualidade,
com a sua forma de falar, que é carinhosa, notamos que ele faz isso com
humildade, mas faz com um carinho imenso a uma pessoa que ele está
homenageando. Isso me deixa efetivamente feliz. Meu estimado Ver. Elói
Guimarães, a identidade que eu tenho com V. Ex.ª é da mais tenra idade, os
nossos pais foram comerciantes praticamente juntos, isso eu não vou esquecer
jamais, pois sempre estive ao lado desse homem, sempre torcendo pelo seu
sucesso, vi este homem crescer politicamente, vi a sua família crescer com
muita dignidade, vejo seu filho Carlos prestando toda a atenção às palavras que
eu estou dizendo da família Guimarães! Nós, da Zona Norte, companheiro Elói, é
que devemos providenciar imediatamente uma homenagem a tua pessoa pelo trabalho
dignificante que V. Ex.ª faz aqui nesta Casa nessas seis gestões em que você
participa. Estou orgulhoso de ser da Zona Norte, estou orgulhoso em saber que o
Senhor indica o meu nome para que eu tenha, hoje, essa alegria muito grande em
receber aqui a homenagem da Casa do Povo, da Câmara Municipal de Porto alegre
me outorgando esse maravilhoso Título de Cidadão Emérito. Isso é, para mim, uma
enorme alegria, e um orgulho que jamais perderei.
Se
vocês pensam que eu estou terminando essa minha participação, vocês estão
enganados, porque a Câmara Municipal de Porto Alegre me garantiu que eu tenho
aqui, hoje, o horário que eu necessito e, recentemente, numa homenagem que me
prestaram, me deram apenas uma hora e meia para fazer as minhas manifestações
de agradecimento. Aí eu reclamei: eu preciso de mais tempo! E, hoje, foi aqui
me dado, pelo Presidente Reginaldo Pujol, o horário que eu preciso, isso quer
dizer que nós vamos ter que conversar um pouco mais, minha gente, porque que
tenho de contar a vocês todos a minha vida, o que eu julgo ser da maior
necessidade possível. Devo relatar a minha vida, para que justifique aqui, esta
escolha. Eu não quero que ninguém vá para casa sem saber as minhas origens.
Mas
eu cometi uma pequena gafe e quero, imediatamente, antes de falar sobre a minha
vida, saudar o Presidente do Lindóia Tênis Clube, meu estimado companheiro e
amigo Herbert Bencke, como também quero saudar o companheiro, que está aqui, e
que é da nossa Associação dos Comerciantes da Zona Norte de Porto Alegre, da
nossa ASSONORTE.
Eu
tenho de saudar rotarianos; eu tenho
de dizer que, nos trinta e seis anos que estou no Rotary, eu vejo as suas
fisionomias que aqui estão: o Ary Diehl, companheiro, fundador do Rotary Clube
Porto Alegre Passo da Areia; ao seu lado, eu vejo o Décio Celaime; vejo também
João Frolich e Dante Rossi; vejo o nosso companheiro que é tradicionalista do
mais alto gabarito, o Ramiro, que está ali, e, ao seu lado, imediatamente,
estou vendo o meu amigo Antônio Carquede, o qual me prestigia muito com a sua
presença.
Eu
gostaria muito de dizer o nome de vocês todos. Estão aqui o Marivaldo Tumelero;
o Rubens, meu primo, o qual me prestigia muito. Eu gostaria muito de falar aos rotarianos, individualmente, mas é
impossível, porque demoraria muito tempo, mas eu saúdo, com carinho, as pessoas
do Rotary Club Sarandi, Rotary Club Cachoeirinha, e do Rotary Club de Capão da
Canoa, companheiros, dois casais, que vieram de Capão da Canoa para me trazer o
seu prestígio, porque eu tive a felicidade, juntamente com o Rotary Passo da
Areia, com os meus companheiros de Rotary, de fundar o Rotary de Capão da
Canoa, Paulo Rainhart e a esposa Ilona; Geci Azevedo, meu companheiro fundador
do Rotary Capão da Canoa e a esposa Caren Maria. São os companheiros sobre os
quais eu estou falando, eu estou mencionando as pessoas que estou vendo, como o
Presidente do Rotary Club Iguatemi, que também foi fundado pelo Passo da Areia;
o meu querido amigo Luiz Fernando Somenzi. Vejo aqui mais algumas pessoas que,
lamentavelmente, não estão aí para que eu pudesse saudá-los, mas eu saúdo todos
os meus companheiros de Rotary, de todos os clubes que estão aqui hoje me
prestigiando nesta homenagem que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre presta.
Eu
já agradeci, com o maior carinho possível, a Elói Guimarães, o homem que é o
autor do Projeto de me outorgar este título. Eu fiquei extremamente orgulhoso,
quando soube que esta Casa, ao fazer a votação da proposta desta homenagem,
manifestou-se unanimemente. Isso foi, indiscutivelmente, um motivo da maior
alegria, porque, ao, não ser contestado por ninguém, penso que nós temos que
agradecer a Deus por nos oportunizar os caminhos livres para caminharmos nesta
trajetória da nossa vida.
Quero
contar, então, a vocês todos, afinal, quem é Dorocy João Pereira. Eu nasci no
dia 05 de outubro de 1934, portanto, estou com sessenta e sete anos, na Rua
José do Patrocínio. Segundo a minha mãe, numa noite chuvosa, de muito frio,
grandes tempestades, relâmpagos, com os quais ela se assustou muito. Mas as
pessoas que estavam com ela diziam: “Chegou o iluminado.” E eu, então, quando
ela me disse isso, guardei dentro do meu coração, meu estimado amigo, que está
me enxergando, que depois logo, logo, eu falo nele, tenho um profundo amor e
respeito por ele, ele está bem na minha frente e sabe que eu estou falando a
verdade, porque trata-se da nossa mãe.
Vejam
os senhores que eu, nascendo na Cidade Baixa de Porto Alegre, na Rua José do
Patrocínio, sou filho de Manoel Costa Pereira e Julieta Pereira, um casal que
teve amor e muito carinho. Eles passaram por enormes dificuldades. Eu não quero
falar muito sobre o meu pai e a minha mãe porque eu chego logo, logo, à emoção,
mas vou tentar segurar. Moramos na José do Patrocínio, Cidade Baixa de Porto
Alegre, e, logo, logo, nos mudamos para a Travessa Veneziana, lembra, Pedro?
Travessa Veneziana, que, hoje, se chama Joaquim Nabuco. Nesta Travessa
Veneziana, nós morávamos lá em 1941, o meu pai e a minha mãe, que tinham poucos
recursos, foram atingidos pela enchente, na época, em Porto Alegre. Ou seja,
nós perdemos tudo, no campo material, mas não perdemos a dignidade. O meu pai,
cheio de vigor, continuou a sua vida, lutando, trabalhando na Companhia Carris Porto-Alegrense.
Ele era motorneiro, veio de Tramandaí, com treze anos, e foi trabalhar,
inicialmente, na Confeitaria Rocco, que, hoje, as nossas manchetes de jornais
estavam mostrando, até por uma tremenda coincidência, ali trabalhou o meu pai
durante alguns anos, até formar os cinco anos que precisava - ele veio com
treze anos -; aos dezoito anos ele ingressou na Companhia Carris
Porto-Alegrense como motorneiro, cobrador, fiscal, chefe de linha e foi o homem
que chegou a uma condição, na Companhia Carris Porto-Alegrense, de maior
liderança possível. É um grande orgulho que tenho do meu pai que chegou a Porto
Alegre realmente sem nenhuma condição e conseguiu emprego, conseguiu trabalhar,
conseguiu ser gente do maior gabarito. O meu pai ficou na Companhia Carris
Porto-Alegrense um bom tempo, trabalhou dezoito anos e meio.
Após
essa enchente de 41 fomos morar na Rua José do Patrocínio, mais perto da Borges
de Medeiros, que era uma região mais alta, estava livre de enchentes. Para lá
nós fomos - eu apenas com oito anos de idade. Chegamos lá na Rua José do
Patrocínio, e meu pai, um empreendedor, mesmo sem os recursos necessários, e a
minha mãe uma mulher trabalhadora, gostava de ajudar, montaram uma pensão para
ali conseguir a sua independência, buscar condições financeiras para que ele
pudesse criar os seus filhos que são: Doroty Helena Pereira, minha irmã, eu,
meu irmão que ali está, Manoel Costa Pereira, a minha irmã Maria Luísa e a
minha irmã Lia Lorena, que está hoje no Rio de Janeiro, não mora mais em Porto
Alegre. São os nossos irmãos, a minha mãe e o meu pai que, a partir dessa data,
de 1943, foram morar na Rua José do Patrocínio depois daquela catástrofe que
ele passou, justamente na Cidade Baixa de Porto Alegre.
Ali
na Rua José do Patrocínio eu fui estudar, tirar o curso primário no Colégio
Rosário, saía de manhã de casa, sete horas, voltava ao meio-dia. Ali conheci o
meu primeiro trabalho: a minha mãe fazia comida para fora - como estou dizendo
aos senhores -, e eu chagava ao meio-dia, pegava as viandas e entregava aquelas
viandas aos nossos clientes, os clientes do meu pai e da minha mãe. Eu fazia
isso com muito carinho, porque exatamente eu estava ali para ajudar e, quando a
gente ajuda, termina sendo beneficiado.
Esse
meu pai era um cara atrevido! Era um empreendedor! Em 1945 ele comprou um
terreno na Zona Norte de Porto Alegre, mais precisamente na Vila Floresta e lá,
ele, com algum recurso que conseguiu, montou um armazém pequeno, uma casa de
comércio e uma moradia. Fomos morar lá, nós, cinco filhos, mais o meu pai e a
minha mãe e uma outra senhora que morava conosco, para começarmos uma nova
vida, uma vida comercial. O meu pai tinha um desejo imenso de prosperar, de
crescer, de ser realmente uma pessoa que desse a sua família condições de
sobrevivência de forma digna. Ele conseguiu minha gente! Lá ficamos dentro da
Zona Norte, mais precisamente na Vila Floresta, no Cristo Redentor até 1953,
quando, em função de um negócio que ele estava montando na Rua Pinto Bandeira,
que era uma empresa imobiliária pequena chamada imobiliária São Manoel, fomos
morar bem perto, fomos morar no edifício Coliseu, para aquelas pessoas que
conheceram esta área. Esse edifício está localizado na Rua Voluntários da
Pátria esquina Rua Pinto Bandeira, onde meu pai se estabeleceu com a sua
imobiliária. Ficamos lá por um período bastante expressivo, eu servi o
Exército. Depois do Exército, cheguei sem eira nem beira; não tinha condição
nenhuma, e meu pai me disse: “Vem trabalhar comigo pela manhã, já que tu tens a
idéia fixa na tua cabeça de um dia ser jogador de futebol profissional.” Era o
meu desejo, eram as minhas metas, eu queria ser um atleta profissional, porque,
na ocasião, o futebol gaúcho tinha grandes astros. Foi exatamente com esses
astros que fui jogar. Eu joguei contra Luisinho, contra Bodinho, Larry,
Jerônimo, Chinesinho, contra Salvador, contra Odorico; eu joguei contra esses
homens! Eu joguei contra o Grêmio que tinha no seu time o Ayrton, Enio
Rodrigues, Ortunho, Gessi, Juarez, Milton, Vieira, esse era o time que eu fui
enfrentar com apenas dezoito anos de idade, defendendo, naquela oportunidade,
as cores do Força e Luz, porque eu tinha os meus tios todos voltados ao
futebol. Um deles teve a coragem de levar o meu primo Roberto Botini e eu ao
Força e Luz para fazermos um treinamento. No primeiro treinamento, fomos
contratos e, na mesma semana, enfrentamos o futebol do Grêmio, Internacional,
Cruzeiro, de Renner, de Aimoré de Novo Hamburgo, era um plantel de jogadores.
Eu
quero tributar aqui a homenagem ao meu amigo Calunguinha que jogou no Grêmio
comigo. Ele está ali, é funcionário desta Casa. Meu abraço, Calunga, estou te
vendo, tu estás me matando de saudade, porque tu és um cara de quem eu tive
prazer de jogar ao lado e foste um grande jogador. Se vocês quiserem aplaudir o
Calunguinha, eu gostaria muito, vale a pena. Foi um grande jogador de futebol
na minha época! (Palmas.)
Eu
falei até a minha chegada ao futebol, coisa que me deixou feliz, porque um
menino de dezoito anos envergar uma camiseta do Força e Luz, que mesmo sendo um
clube de menos expressão, tinha jogadores notáveis, como Zacaria, Riograndino,
Dorval, que chegou à seleção brasileira; Henrique, que jogou em vários clubes
de Porto Alegre. Eu não falei no Renner, que era um time que foi campeão em
1954, e que várias vezes eu enfrentei. Mas a esses meus tios que tinham essa
incumbência de levar os sobrinhos ao futebol, eu rendo a minha homenagem: ao
tio Romeu, ao tio Plauto, ao tio Arquimedes, ao tio Luís, ao tio Omar, todos já
falecidos, mas meu preito de gratidão a eles, porque eram os nossos torcedores,
eram homens que nos ajudavam muito. Entre eles, nós tínhamos um grande atleta,
um grande nome na nossa família: Hugo. Quem não lembra do Hugo Selling, o
conhecido tio Hugo, jogador do Grêmio, jogador da seleção brasileira, era a
nossa grande bandeira, era o nosso grande atleta da família Selling, Pereira,
Motini e outros mais. Então, a minha homenagem a todos eles, especialmente
porque já partiram e levaram com eles a nossa saudade muito grande. Mas tem um
tio que aqui está – eu não queria falar em política, eu não vim aqui para falar
em política, porque eu não gosto de falar em política -, que é, para nós, o
nosso grande astro, no campo da segurança pública. Era um homem que quando
exercia a sua função como delegado de polícia não existiam essas facilidades
que hoje os marginais têm aqui na Cidade de Porto Alegre, porque ele proibia,
ele chegava junto com essas pessoas, não deixava, sob hipótese alguma, nós,
porto-alegrenses, as nossas famílias, terem qualquer tipo de insegurança. Eu me
refiro ao meu tio, querido tio, irmão, criou-se comigo, o Delegado Pedro
Selling, que aqui está me prestigiando, me dando um orgulho muito grande,
porque a sua presença aqui é da maior importância. Esses foram os meus tios,
pessoas que me ajudaram muito a fazer o futebol, a ser alguém no campo
esportivo, mas as coisas nem sempre correm como a gente deseja. Apesar dos meus
dezoito, dezenove anos, meu pai chegou um dia e disse assim: “Dorocy, eu vou te
dar um conselho sábio. Você tem um futebol agradável, mas você jamais chegará a
ser craque; você é um jogador de salário mínimo, jamais chegará a ser jogador
pago em dólar. Então, por favor, vem trabalhar em tempo integral aqui com o teu
pai que você vai ver que, num prazo muito curto, você chegará ao sucesso; você
será um homem que está fadado a vencer.” Aí, ouvindo isso, fiquei intrigado, e
disse: “Meu pai, eu sou um jogador, estou ganhando seis ou sete salários
mínimos, e tenho um futuro brilhante; estou sendo convocado para a seleção
gaúcha de futebol, jogando no Força e Luz. O senhor tem de entender, pai. Eu
tenho vontade de ser craque.” “Mas tu não serás; tu serás craque vindo
trabalhar na empresa do teu pai e vai ver como as coisas vão ter um significado
muito grande.” E com isso, com esse sábio conselho, eu me retirei dos campos
esportivos na área profissional e fui jogar futebol amador no Clube Atlético do
Partenon, e lá eu tive a felicidade de encontrar grandes jogadores, e fui
campeão amador com aquele time do Partenon, e nunca mais esqueci essas figuras,
inclusive comigo jogou o Pedro Selling, e outros, e fomos campeões amadores em
Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul. E são títulos que tenho com
orgulho, porque jogava por amor, jogava por esporte. Eu acho que isso para mim
foi benéfico. Além disso, nós temos um grupo da nossa família, chamado Carcará.
Esse clube da família é um clube que tem cinqüenta anos. Nós jogamos junto
desde os tempos da Telefônica, do Campo do Telefone do Menino Deus; sempre
jogando a nossa família junto. Hoje o Carcará ainda é um clube nosso; não
estamos jogando, porque a nossa idade chegou, o futebol não é mais para nós no
campo de futebol de salão, e nós hoje somos torcedores fanáticos do clube
Carcará.
Eu
quero ainda falar sobre algo que me interessa muito. Eu estou aqui com a minha
família, e com a minha segunda família, que eu quero fazer menção a elas. Em
1960, eu casei com Marli dos Santos Pereira e tive um relacionamento fantástico
com ela por trinta e três anos. Ela me deu três filhos, que aqui estão comigo:
eu vejo a minha filha, a Dr.ª Maristela Pereira Monteiro; eu vejo o meu filho,
Rogério dos Santos Pereira; não vejo a minha filha Márcia, mas vejo a sua
filha, Mariana; eu vejo as minhas duas netas, Gabriela e Fernanda, que dão ao seu
avô uma grande recompensa. Eu amo vocês profundamente, é uma a família que eu
estou ligado por laços de grande amor. Mas, em 1993, por essas coisas que
acontecem na vida de qualquer um de nós, eu e a Marli nos separamos. Tenho por
ela uma grande admiração e respeito, porque trata-se de uma pessoa do mais alto
nível. Por tudo isso, ela merece que eu mencione o seu nome aqui e agradeço a
ela, sempre que eu poço, pela família que ela me concedeu, pelos filhos e pelas
netas. Eu não poço deixar de enaltecer a qualidade dessa grande mulher, que não
está aqui presente, mas eu enalteço a sua presença.
Agora,
tenho de falar da minha segunda família. Tenho uma vida maravilhosa com a minha
mulher Rejane, que aqui está, e tenho um filho com três anos e meio. Um homem,
como eu, com sessenta e três anos, colocar no mundo uma criança, fazendo com
que essa criança seja a mesma criança que foram os meus filhos e que seja no
futuro o que são hoje os meus filhos, é uma responsabilidade muito grande. Eu
peço, diariamente, ao meu bom Deus que me dê alguns anos de vida a mais, porque
eu preciso ter condições de ver esta criança com mais idade para que ela possa
receber de mim um ensinamento que eu dei aos meus três filhos: Maristela,
Márcia e Rogério.
Estou
vendo ali meu sogro, minha sogra, pessoas pelos quais tenho uma grande
admiração também e que me fazem feliz, porque me dão carinho, me dão um
reconhecimento diário com relação a minha pessoa. Por isso, também, quero dizer
a ti, Rejane, ao meu filho Gabriel... Até faço um aparte aqui, porque quando eu
falo do Gabriel, eu me emociono - quero dizer que o nome dele é Gabriel
Obedulho Vargas Pereira, cujo segundo nome, Sr. Presidente, deverá sempre
estar, isso está escrito na história, eu estou antecipando aqui na Casa, a Casa
do Povo, e que ali está um futuro homem da seleção brasileira, porque ele tem
todas as condições para ser o que eu desejo.
Eu
só quero dizer a vocês, Rejane, Gabriel, Igor, Alcina, vocês são fantásticos,
me ajudaram muito e eu devo muito a vocês por tudo o que eu sou, por tudo o que
eu estou conseguindo, não só a minha primeira família, mas vocês estão me dando
tudo aquilo que um homem como eu preciso.
Quero
continuar falando sobre a minha família, meu pai e minha mãe. Foi uma luta
incessante para que esse homem com poucos recursos chegasse a formar filhos em
Universidades. E aqui vejo o meu irmão médico, um dos mais brilhantes de Porto
Alegre, um dos homens mais requisitados no campo da Medicina, especialmente na
Medicina cardiológica, faz parte da equipe do Dr. Ivo Nesralla e é,
indiscutivelmente, o grande orgulho da nossa família, este homem que ali está,
com os seus cabelos brancos, apesar de muito jovem ainda, mas que foi formado,
idealizado, levado aos bancos escolares, levado à faculdade, porque era esse o
desejo do meu velho pai e da minha velha mãe, fazer dele o homem que ele é. A
minha homenagem a ti, Edemar, de estar me prestigiando neste dia, nesta noite,
me dando também muito orgulho da sua presença.
Eu
quero também dizer que, com relação à área esportiva, eu tenho aqui o Calunga
como testemunha, parei de jogar no Força e Luz, nas suas categorias de base; eu
joguei no juvenil do Internacional, sim senhor, joguei sob a batuta de um homem
que todos vocês se lembram, chamado Vicente Raupp, era o treinador das
categorias de base do Internacional.
E
nós nos reuníamos todos os sábados, e lá ele nos ensinava o que era o artista
na bola, o que tinha que fazer um jogador de futebol. Aqueles ensinamentos que
Vicente Raupp nos passava jamais esqueceremos. Passamos a nossa vida toda
fazendo exatamente o que ele nos determinava e nos ajudava. Fomos jogar no
Grêmio, sim senhor; apesar de colorado que sou, fui jogar no Grêmio. E, no
Grêmio, eu dei a minha alma, eu dei o meu coração, dei a minha força, porque eu
tive o prazer de comandar aquela equipe, orientada pelo Prof. Mendes Ribeiro,
Calunga, e tu eras jogador comigo naquela época, tínhamos lá um grande plantel.
Mas o Prof. Mendes Ribeiro levou todos os juniores do Grêmio para o Força e
Luz. E lá, com dezenove anos, já estávamos jogando no primeiro time daquele
clube, pelo qual nós também temos muita admiração, muito respeito, muita
saudade, que foi o Clube Esportivo Força e Luz. Jogamos no Praiano também,
vários anos pela SACC, defendi, com muito carinho, também, o Livramento Ribeiro
na área de futebol de salão. E tenho que mencionar aqui o Clube Mercenários, do
Colégio Anchieta, e lá eu vejo o meu amigo Nicácio, que veio aqui hoje trazer o
seu prestigio a minha pessoa. No Colégio Anchieta, quando os meus filhos lá
estudaram, eu participei durante vinte e cinco anos daquele grupo, e não estou
ainda desligado, porque eu pretendo continuar jogando, logo que eu tiver
condições físicas ideais, porque ainda estou machucado, estou tentando me
recuperar. Mas eu não vou jamais esquecer, Nicácio, os nosso companheiros do
Grupo Mercenários do Colégio Anchieta.
Ao
meu clube social, e aqui foi dito pelos Vereadores, inclusive pelo companheiro
João Bosco Vaz que eu tenho uma admiração, um carinho muito grande pelo nosso
clube, isso é verdade. Pelo Lindóia Tênis Clube eu tenho forte admiração,
porque também quase que o vi nascer, não cheguei na sua fundação, mas quase que
o vi nascer e, logo que lá cheguei, tive a oportunidade de fazer vários amigos,
e aqui vejo vários desses companheiros, aqui estão, eles participaram comigo de
várias diretorias no Lindóia Tênis Clube. Não vou jamais esquecer do Lindóia
Tênis Clube, porque, indiscutivelmente, é o clube social do meu coração.
Quero
ainda falar sobre algo que me emotiva muito. Quando eu cheguei na Zona Norte de
Porto Alegre, depois de ter morado, saído, e, para eu voltar, já casado, com
duas filhas, Maristela e Márcia, morando no Partenon, num apartamento de um
dormitório, meu maior desejo era retornar à Zona Norte, mas não havia condições
ideais, surge na minha vida, e agora posso contar as oportunidades que recebi,
o Comandante Pórtulo Floriano Scalabrin. O Comandante tinha, no Jardim Lindóia,
dois terrenos que eram de sua propriedade. Foi transferido para o Rio de
Janeiro, porque a Varig estava-se transferindo com todos os seus comandantes
para lá, e ele me procurou na pequena imobiliária da Pinto Bandeira e disse-me
que precisava vender os terrenos porque estava indo embora. Fui lá ver os
terrenos. Quando eu vi aquela maravilha, fiquei impressionado e disse a ele que
eu não tinha condições de comprá-los, mas tinha uma vontade imensa de fazê-lo.
Eu disse a ele que, se um dia eu recebesse algumas condições, compraria os dois
terrenos. Ele me perguntou se eu o pagaria. Eu disse que sim, que se um dia eu
comprasse um terreno daquele gabarito, indiscutivelmente, eu pagaria. Então ele
me disse que os terrenos eram meus. Vendeu-me os terrenos sem que eu tivesse
condições, recursos, mas acreditou que um dia eu o pagaria. Comprei os dois terrenos,
assumi uma dívida, comecei a pagar e, logo, vi uma imensa luz no fundo de um
poço para que eu ali fizesse a minha primeira casa. O meu cunhado, Jorge Lemos
Araújo, já falecido, conhecia um arquiteto chamado Pedro Paulo Comasseto, e me
disse que o arquiteto construiria a casa para mim. Fui lá com ele. No mesmo
ano, 1964, ele realmente fez a casa, eu me mudei com a Maristela, com a Márcia,
com a Marli e fomos felizes nessa casa. Nessa casa nasceu o Rogério. Eu não
posso deixar, neste momento, de agradecer a figura do Comandante Scalabrim, que
acreditou que eu um dia pudesse, indiscutivelmente, chegar a uma casa com os
meus próprios recursos. Por isso eu não o esquecerei jamais.
Chegando
ao Jardim Lindóia, conheci Torbem de Alencastro Friedrich, Diretor Comercial da
Carro do Povo, o seu pai era o dono do loteamento Jardim Lindóia. Eles
precisavam vender aqueles terrenos, e não estavam conseguindo, me chamaram e eu
fui ver de perto e me apaixonei por aquela área, por aqueles terrenos e comecei
a trabalhar. A grande chance da minha vida exatamente quem me deu foi o Sr.
Arno Luiz Friedrich, ele colocou na minha mão um loteamento do mais alto nível
de Porto Alegre. Lá eu consegui fazer um trabalho, construí as duas casas, na
praça, e, posteriormente, construí uma terceira residência que é onde, hoje,
mora o Rogério e a Marli Pereira. A eles, ao Sr. Arno também em memória, ao
Torbem, já falecido, o meu abraço fraterno e amigo pela oportunidade que me
deram naquela época, e era difícil fazer o que foi feito a minha pessoa. Eu
também quero agradecer aqui à Construtora Guerino, na pessoa dos seus quatro
titulares, Aldo Barbieri, Gomercindo Carvalho, Inocente Rey Fortes, Jesus
Fortes Rey, que me abriram as portas e fizeram com que o profissional fizesse
ressonância. Lá, eu, então, busquei a minha afirmação profissional. Hoje, já
estou na Av. Assis Brasil, desde 1972 nós temos lá clientes como a Guerino, a
Ediba, a Pedri Construções, aqui estão o Ivo Pedri, o Ivo Pedri Filho, Valério
Klein, Wilson Klein, Francisco Adorian, são homens que me ajudaram muito a
chegar onde estou chegando hoje. A Losane, aqui está o seu Diretor, Wilson, a
Astir, a Sipar e uma gama de empresas que hoje prestigiam a empresa que eu e
meu filho dirigimos com muito amor e muito carinho.
Registro
a presença do Governador do Rotary, meu amigo pessoal, eu o vi chegar, eu
sempre o saúdo com aquele prazer imenso, porque trata-se de uma das maiores
autoridades rotarianas que eu posso
dizer que vi, que é um homem que traz a todos nós muita alegria, que é o Milton
de Souza Tri.
Eu
estou aqui, praticamente, encerrando a minha participação nesta noite, onde fui
homenageado pela Casa do Povo, pela Câmara Municipal de Porto Alegre, por vocês
todos.
Este
título não é de Dorocy João Pereira, este título é de vocês todos que me
ajudaram. Esses nobres Vereadores desta Casa, ao escolherem, por unanimidade, o
meu nome, eu transfiro também este Título para vocês aqui da Casa do Povo, e
sempre que vocês precisarem deste modesto colaborador, eu estou à disposição da
Câmara Municipal de Porto Alegre, porque vocês são homens que dignificam a
política desta Cidade, deste Estado e do Rio Grande do Sul. Tenho imensa
admiração e respeito por vocês todos aqui da Câmara Municipal de Porto Alegre,
porque eu saio daqui hoje orgulhoso por ter sido distinguido com este Título.
Deixo
aqui um pensamento de minha outorga. Sempre quando vem algum pensamento de
autor desconhecido, eu digo que é meu, porque jamais um pensamento, uma
mensagem, pode ser de autor desconhecido, alguém tem de assumir a paternidade
disso.
Vou
deixar esta mensagem, este pensamento para a reflexão de todos, aliás, foi por
intermédio deste pensamento, por intermédio destas normas, que eu hoje estou
chegando aqui na Câmara e recebendo esta homenagem:
“Pensamento
do Saber: Saber amar; saber perdoar; saber construir; saber ajudar; saber
respeitar. Se o teu saber atingir a todos esses objetivos, por certo, você
chegará ao final da tua vida, sabe como? Como um sábio.”
Como
é hoje o meu pai para mim, um homem que só colocou coisas boas em minha vida,
colocando-me na frente de oportunidades maravilhosas, e ensinou-me a ser gente,
mesmo austero como era, homem danado, era um respeito, e ele me ensinou como
saber respeitar. Era uma pessoa que não tinha uma cultura buscada nos bancos
escolares ou nas universidades, mas ele tinha da faculdade da vida todos os
ensinamentos, e nos deu enormes alegrias, ele nos mostrou o caminho, Maneca,
mostrou que tu tinhas que ser gente como tu és. Mostrou, para mim, o que eu
tinha que fazer, respeitar, saber amar, saber perdoar, era tudo o que ele
ensinava, nos colocando em linha reta. “Jamais sejas desonesto na tua vida,
seja sempre um homem digno e respeitado. Tu tens que ser um Pereira de marca
maior, como serão os teus irmãos, porque eu não posso jamais pensar que tu não
sejas exatamente isso.” Então, quando eu me lembro desta grande figura humana
que era Manoel Costa Pereira, eu me emociono, eu me emociono muito ao dizer:
“Meu pai, eu estou te vendo aqui, tudo o que tu me ensinaste eu coloquei na
trajetória da minha vida e acho que estou te atingindo. Por certo, tu estás
aqui, orgulhoso da tua família, orgulhoso dos teus filhos e, sobretudo,
orgulhoso do Título que eu estou, hoje, recebendo. Que não é só meu, pai, é de
vocês todos. Lembra das dificuldades por que nós passamos? Lembra aquela
enchente que te levou tudo? Lembra o carinho, mesmo rude que tu eras, mas que
sabia nos dar? Eu não vou jamais esquecer a tua figura, porque tu deste grandes
exemplos.”
Hoje,
ao receber algumas manifestações, que foram várias, eu recebi algumas que eu
guardo com carinho, porque elas me tocam no fundo. Por exemplo: “só quem
entende tudo de imóveis consegue morar no coração de Porto Alegre.”
“Parabéns
Dorocy, Cidadão de Porto Alegre.” Isso aqui me foi, hoje, entregue pelos meus
funcionários que não quero que sejam funcionários, são meus colegas de
trabalho, pessoas ligadas ao Real Imóveis, que me deram, hoje, pela manhã, essa
alegria com as suas assinaturas dizendo que eu estou “no coração de Porto Alegre”.
Vocês falharam em uma coisa quando dizem que eu entendo de tudo, eu não entendo
nada, eu apenas tento entender, e buscando exatamente isso é que chegamos aqui
e recebemos essa mensagem. Muito obrigado meus companheiros de trabalho.
Recebi
também essa mensagem dizendo assim: “Pai, todos nós sabemos que emérito é sinal
de grande competência, são aqueles que têm a grande sabedoria, são pessoas
ilustres, mas o melhor de tudo é que sabemos que todo esse conjunto de
qualidades está em uma pessoa que amo muito, parabéns, pai, pela homenagem
merecida que estas recebendo, estamos muito orgulhosos de ti, um grande beijo.
Gabriela.” Um beijo, te amo muito; Nanda linda e maravilhosa, Lena minha filha
conciliadora, a maior autoridade da família, te amo demais, e meu genro
Eduardo. E, aqui, diz assim, ainda: “A tua neta Mariana, que um dia será Miss,
vai te ver. Te prepara porque ela vai sorrir para ti.” Está ali sorrindo para
mim com todo o amor que tenho por ela.
Esse
é lindo também, talvez uma das mensagens mais gratificantes. “Meu amado Dorocy,
sabemos que você é muito especial para nós, notável e amigo. Parabéns pelo
título de Cidadão Emérito de Porto Alegre, do teu filho Gabriel.” Esse safado
que está correndo por tudo quanto é lugar, que não para nunca, e Rejane, minha
mulher, que amo profundamente e por ti tenho um grande respeito. Muito obrigado
pelo cartão que me atingiu muito.
Recebo
também um cartão de uma pessoa por quem tenho profunda admiração, que diz
assim: “Querido amigo Dorocy, o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre é um
justo reconhecimento da nossa Cidade por tudo que tem feito por nós. Um abração
daquele que te ama, Paulo Boanova.” Isso é fantástico, um homem mandar para
outro uma mensagem dessas. Eu não quero, Otoci, estou te vendo com esse teu
bigode lindo, esquecer ninguém. Por favor, se eu me esqueci de alguém, eu já
pedi desculpas no início, porque a tensão, o estado de nervos em que me
encontro não é brincadeira. Eu não quero deixar de mencionar nenhum. Eu digo:
todos vocês são importantes para a minha pessoa. Logo em seguida, na Sala de
Eventos, terei o prazer de recebê-los com um happy-hour que ofereço com muito carinho. Eu quero me despedir
dizendo: saúde e paz, o resto, Pedro Selling, grande Delegado, você faz! Muito
obrigado. (Palmas.)
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Eu quero declarar que ainda eu tenho
crédito com o querido Dorocy. Ele lamentou que lhe foi concedido, na
festividade promovida pelo Shopping Lindóia, apenas uma 1h30min e que ele
precisava de mais tempo. Eu quero dizer o seguinte: ele não conseguiu falar
1h30min, o que me deixa em crédito com ele naturalmente. Faltaram ainda doze
minutos para chegar a 1h30min, ficou só em 1h18min, o que ele merece, de
coração eu digo isso.
Deixo
claro que conheço o Dorocy, sei que ele é um homem que, quando fala, o coração
transborda. Seria um crime, neste dia, Ver. Elói Guimarães, limitar o seu
tempo. Nós tínhamos que deixar que seu coração efetivamente transbordasse, que
ele pudesse fazer essa histórica da sua vida, histórica que sei que o Ver. Elói
Guimarães sabe muito bem, por isso se inspirou para propor essa Cidadania
Emérita no que ele não encontrou nenhum obstáculo na Casa. Tudo facilitou, tudo
foi no sentido de que a unanimidade fosse consagrada e que pudéssemos hoje
estar celebrando este fato.
Eu
quero, Dorocy, se tu me permitires, em nome da Casa, agradecer as várias
representações de Rotarys Club aqui presentes, do Sarandi, da Cachoeirinha, do
Passo d’Areia, de Capão de Canoa, - da minha Capão da Canoa -, do Iguatemi, do
Partenon, ao nosso ex-governador, que se encontra aqui, nos dando grande
satisfação, todos eles, unidos no objetivo de se somarem a esta homenagem que a
esse grande rotariano se presta. O nosso querido Cidadão Emérito de Porto Alegre
porta, no dia-a-dia, na sua atividade, na sua prática, o lema rotário: “Servir
sem olhar a quem.” Como rotariano, também me sinto muito feliz em ter presidido
esta Sessão e quero agradecer a presença prestigiosa das entidades, do
empresariado, das representações da SACC e da SABA, da Aço Norte, do nosso
Lindóia, do Sport Club Internacional, da Associação dos Cronistas Esportivos de
Porto Alegre, e dizer, ao final, com a tua permissão, que eu convoco o grande
Vice-Presidente de futebol do Grêmio e há bem pouco tempo seu Vice-Presidente
de Assuntos Médicos, para que, imediatamente, após esta solenidade, se ponha em
campo para recuperar fisicamente esse grande atleta, momentaneamente afastado
das lides esportivas. É uma determinação que lhe faço, como conselheiro do
Grêmio e também na condição de Presidente do Partido ao qual nós dois somos
filiados, o Partido da Frente Liberal. É uma ordem, Dr. Valandro! Cumpra-a com
o imediatismo que o caso requer!
Convidamos
todos os presentes para, em pé, ouvirmos o Hino Rio-Grandense.
(Executa-se
o Hino Rio-Grandense.)
Agradecemos
a presença de todos e convidamos para participar do coquetel em homenagem ao
Dorocy João Pereira, no espaço desta Casa.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão Solene.
(Encerra-se
a Sessão às 21h05min.)
* * * * *